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terça-feira, 18 de outubro de 2011

Ser cachorreiro...

Fonte: Disponiível em: <http://vianasbookhistory.blogspot.com/
Disponível em < http://agroensino.blogspot.com/> Acesso em 18 out 2011

Quem é cachorreiro já nasce cachorreiro. É algum gene recessivo e misterioso que aparece numa criança de uma família onde, às vezes, só lá um ou outro gosta de cachorro.
O primeiro sintoma surge cedo, naquele dia em que a criança interrompe a paz de um almoço no lar e faz os pais engasgarem com o insólito pedido:
- “Quero um cachorro!”
Pronto, começou o inferno dos pais e do “minicachorreiro”. É logo levado a uma magnífica loja de brinquedos, podendo escolher o que quiser, desde uma bicicleta até aquele carrinho cheio de luzes e sirenes: - “Quero um cachorro!”
Ganha o carrinho e mais um monte de presentes, para ver se esquece do cachorro. Mas não tem jeito. Ganha tartaruga, jabuti, periquito, canário e até um hamster, mas nada disso satisfaz a ânsia de cachorreiro que já nasce em sua alma numa intensidade que assusta toda a família.
Se der sorte, ganha seu primeiro cachorro. Se não, vai ter mesmo que esperar crescer. Aí, enfim, livre das amarras familiares, começa a mergulhar fundo na criação.
Vem a primeira fêmea, o sufoco do primeiro parto, o acompanhamento dos filhotes, o medo da parvo, da corona e, assustado, resolve:
- Não fico com nenhum! A ninhada cresce, começa a reconhecer o dono, a abanar o rabinho e pronto! A decisão, antes inabalável, sofre o primeiro impacto. Daí a uns dias, a resolução já é outra: - “Não me desfaço das fêmeas; só saem os machos!”
Começou sua longa jornada de cachorreiro através deste mundo-cão. Daí para frente, passa a vida trocando jornais, fazendo vigília ao lado das cadelas que estão para parir ou dando remédio aos filhotes mais fracos.O cachorreiro vai se afastando do mundo dos homens e admite mesmo:
- “Não gosto de gente”...
Programa de cachorreiro é visitar ninhada dos outros... pendurar-se no telefone para conversar com seus amigos cachorreiros... sobre cachorros. Casa de cachorreiro é toda engatilhada, cheia de grades aqui e ali, protegendo portas e janelas. A decoração muitas vezes fica prejudicada com a presença de gaiolas e caixas de transporte na sala e nos quartos. Mas o cachorreiro não está nem aí e, como quem frequenta casa de cachorreiro é cachorreiro também, ninguém liga...
Cônjuge de cachorreiro tem que ser cachorreiro também, ou a união pode sofrer sérios abalos e quando chega aquela hora fatídica, no meio de um bate-boca, em que o outro dá o ultimátum: 
- “Ou os cachorros ou eu”! o cachorreiro certamente vai optar pelos cachorros.
Velhice de cachorreiro é cheia de preocupações: -“...vou morrer, e quem cuida dos meus cachorros”? Resolve, então, não criar mais nada e reza para que todos os seus cães partam antes dele, mas o coração não aguenta e, daqui a pouco, arranja outro filhote para cuidar, estribado na promessa de alguém que garante ficar com o cachorrinho em caso de morte do cachorreiro. 
E, como ser cachorreiro é ‘padecer no Paraíso’, acredito que o bom Deus, na sua infinita misericórdia e eterna sabedoria, já tenha providenciado um céu só para os cachorreiros onde eles, junto com todos os seus cães e amigos possam, enfim, levar uma vida tranquila e cheia de paz. Porém, como muita tranquilidade acaba ficando monótono, logo o cachorreiro fica espiando de longe o mundo dos homens, cheio de saudade, já pensando em voltar para cá e começar tudo de novo...

2 comentários:

  1. Já publiquei seu link no meu site, gostaria de trocar links com vocês, vejam lá: www.erasmodeoliveira.org

    Também gostaria de contatar a Dra. Marlene Nascimento, li alguns artigos dela e peço que encaminhem meu contato a ela: erasmodeoliveira@gmail.com ABS!

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